Ah o natal, época maravilhosa, chega a ser encantador e eu diria até inspirador ( isso se eu não tivesse nada melhor pra fazer ) ver os clientes com seus cachorros no colo, cheirando, fuçando, e bagunçando toda a tralha que a gente luta pra manter organizada.
Sábado é um dia que dá nojo de se ver, digo... Gosto de trabalhar! As vezes me sinto como aqueles cães que morrem envenenados, coitados, agonizando de dor e ainda são obrigados a morrer mostrando os dentes, parece que as criaturas morreram felizes, e sim caro leitor, é exatamente esta imagem, que nós criaturas exploradas devemos passar.
Mas mal chegou metade de novembro, e eu já sinto meu cérebro lento, hoje mesmo, postei uma frase na minha página de recados no orkut, voltei ao inicio do meu perfil, visualizei que tinha um recado novo, e toda facera que nem cusco em carneação de porco, fui ver achando que era alguém importante... Era só eu, e mais uma filosofia. E nem foi só isso, depois do enem fui ao banheiro, e depois de andar até a parada da Unisc, me questionei se o meu ziper estava como deveria estar, situação desagradável já que tive que descer a mão e verificar. Mas continuando, vamos bater os sinos pequeninos e dar voz ao espírito natalino, que nada, o povo só quer torrar o décimo terceiro salário, aliás, acho bobagem aquelas dondocas que aparecem por lá com meio metro de salto, se segurando nas prateleiras pra não cair das tamanca, quebrando tudo que é enfeite, e ainda se negando a pagar... Não, realmente, só nessa profissão mesmo. Aí as fulana, acham linda uma árvore que dá cinco de mim, tanto na massa, quanto na altura, e acham caro quando tu lasca o preço pra elas, fazem aquela carinha de cú doce, e logo em seguida vem o chamado "acordo turco".
Falando nisso, esses tempos lá na loja me apareceu um casal, eram amigos dos donos, ( e eu com com isso? ), já tava na hora de fechar, nem que eles fossem amigos do papa, olharam uns quadros, acharam bonitos, e já pediram desconto, disse a frase clichê do estabelecimento, preço da etiqueta é preço á vista, segundos depois eu me senti mal por isso. A mulher lanço um olhar 71 que eu quase desmaiei, ( sim, porque ela era a irmã gêmea da bruxa do 71), aquele olhar dela foi me deixando constrangida, a garganta embolou, começo a sair gases de mim, fiquei meio tonta até, e ainda sim sem desconto ela queria levar 3 quadros de praticamente 2 metros cada um, pra testar na casa dela, sim amigo, esses malas não compram duma vez e vão pro inferno, eles primeiro te apurrinham pra tu forcejar, aí eles olham pra tua cara, sorriem e dizem que não querem mais. Dois dias depois a fulana me volta com os 3 quadros, um mais arranhado que o outro, e os burros de carga põem eles no lugar de volta.. Ah sim, fiquei sabendo que eles eram turcos depois, e que turcos ficam ofendidos se não há negociação, imagina então, foi como eu chamar ela de vaca, ( embora eu realmente quisesse).
Mas enfim, a motivação é tanta, a troca de informações é tanta, que a cultura de uma pessoa acaba sendo modificada quando um cliente te pede um cupido em vez dum cabide de roupas, ou um fumaceiro em vez dum cinzeiro... mas isso é história para próximos carnavais.